08/01/1988 - NASCIMENTO DO MEU PRIMOGÊNITO, ELDON.
Ser pai é uma sensação mágica muito boa, e estranha demais, provavelmente culpa dos genes pululando dentro do meu ser, afinal PASSEI A BOLA adiante: Missão cumprida! Meus DNA se arremessou mais uma geração para o futuro.
Dá pra sentir que é para isso que existimos. Escrevi até poema...
SEMENTE (Aos filhos)
Sempre soube que tu existias. Tu já estavas em tudo ao meu redor.
Milhões de átomos errantes me permeavam. Eu sempre te sentindo, anos antes de te ver.
É estranho pensar que me acostumei, a saber, que tu te formavas no ventre de minha mulher e ao mesmo tempo eu me movia por entre teu corpo disperso no ar e nas coisas ao meu redor.
Que coisa mágica, prodigiosa saber isso! Aquele iogurte que comprei no mercado era um fragmento teu!
Eu vi todos os tijolos do teu corpo serem sorvidos pela boca que tanto beijo, como a lançar lenha no forno da olaria materna.
Nós fizemos a obra, ou pelo menos colaboramos com as forças naturais que na verdade tudo fizeram, tudo já vinham fazendo por eras.
Tu és tudo, tu sempre exististes e és eterno como todos nós.
Do etéreo tu vieste e igualaste de nível conosco.
Logo poderemos nos entender, e isto é inenarrável.
Só estou aguardando a tua consciência, que se forma, ainda dispersa.
Vaguemos por ela, então.
Eu até posso ter feito a ti...
Mas também, tu me fizestes!
Não existiria o filho se não fosse o pai
Não existiria o pai se não fosse o filho...
-Edecildo - Jan/88
